Ontem uma moça se contradizeu, e jamais uma contradizeção fazeu com que tanta gente se disposse a discutir conjugação verbal.
Quem nunca falou “eu fazi” ou “eu dizo” quando tinha 5 anos de idade que atire a primeira gramática.
Falar bem um idioma não é dominar suas regras: é decorar as exceções. As anomalias. As idiossincrasias. As frescuras.
A primeira pessoa que disse “eu disse” é que devia ter sido corrigida por ser contradizetória. Pela lógica, a conjugação do verbo dizer era para ser
Eu dizo
Tu dizes
Ele dize
Nós dizemos
Vós dizeis
Eles dizem
Mas ai de quem maldizer a excepcionalidade desta conjugação.
Se deixássemos as crianças falarem de acordo com a sua inteligência, o português seria quase uma ciência exata.
Porque o cérebro adquire um conhecimento e passa a aplicá-lo, a fazer deduções lógicas. Isso funciona muito bem na matemática (uma regra de 3 funcionará da mesma maneira quaisquer que sejam os números envolvidos), na química, na física.
A língua é outro departamento.
Ela é de humanas.
E é aí que a porca torce o rabo.
Eu dizi
Tu dizeste
Ele dizeu
Eu me contradizi
Tu te contradizeste
Ele (ou ela) se contradizeu
Simples assim. Se o idioma sêsse cartesiano, claro.
Você dizerá que faltou revisão.
Eu dizo que faltou leitura.
É lendo que absorvemos essas particularidades, nos familiarizamos com elas.
Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê – já dizeu Monteiro Lobato.
A moça ainda se contradizerá muitas outras vezes.
Já quem escreveu a nota no jornal terá que fazer o dever de casa, e aprender com Monteiro Lobato: se eu mal leio, mal ouvo, mal falo, mal veio.
Delícia ler esse texto numa segunda-feira fria.
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Aqui em Minas está fresquinha…
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Ah, achei o blog uma graça! E o texto sempre muito bom e que bem veio. Bacana!
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Não é à toa que sou fã !
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Como sempre…
Sensacional!!!!
👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
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Kkkkk….terminei dando gargalhadas! A língua portuguesa não é para os fracos! 😂😂😂😂
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Genial.
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Muito bom!
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Porra. Porrada. Aqui pode. Não quero juízo. Quero diguer.
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Muito bom! Beijos!!! ❤️
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Sempre muito bom!!
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Dizeu tudo! kkkkk Fez lembrar o diálogo que explica bem a lógica das crianças em relação às palavras:
– Mãe, quero tintar!
– Tintar?
– Sim, com as tintas!
– Ah, então você quer pintar, não tintar.
– (…) É, quero pintar com muitas pintas coloridas!
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:). quem não se comunica se trumbica.
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Sou de humanas, senti pena de quem escreveu a nota.
Contudo, gostei e vou roubar este argumento de exatas para quando reclamarem da namorada ciumenta: ” Porque o cérebro adquire um conhecimento e passa a aplicá -lo, fazer deduções lógicas.”
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Muito bom!
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Delícia de texto, mormente (vixe!) por ser hoje o Dia da Língua Portuguesa. Numa manhã chuvosa (e fria para os padrões de Salvador), só tenho a agradecer. Obrigada!
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Eu amo tu! Vou usar NI minhas aulas…
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Comente o verbo Crer no passado; estranho…
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Muito bom!
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Jura que foi uma jornalista?
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Bom, como a profissão não exige diploma, qualquer um que assim queira pode se autoproclamar jornalista. Então, sim, foi uma “jornalista” de O Grobo.
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Gostei das deduções lógicas. Meu filho, em pequeno, foi mordido por uma abelha e daí, quando elas apareciam, ele corria a se esconder gritando ’As belhas! As belhas!…’.
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O mais engraçado de tudo isso é que a garotada (e os adultos também) tem pavor de Matemática e acha que Português já está no papo, é coisa de humanas. Vão pensando! Gostei muito, Eduardo, um abração.
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Muito bom!
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Que belezura de texto!
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Sempre um deleite a leitura de seus textos!
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Gostei muito! Nunca tinha pensado como o idioma não é nada cartesiano.
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Espetacular! Li rindo.
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Sempre impagável, sensacional!
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Como diria o filho de uma amiga:
Eu num tavo lá i num fizo iso!!!
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Muito bom!
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Como sempre, excelente texto. Muito criativo.
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Adorei seu texto! Lembrou algumas conversas com meu filho. Ele me diz: eu sabo falar!
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Maravilhoso! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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Lembrei da minha irmã mais nova brigando com a mamãe quando ela disse que uma determinada palavra era com cê cedilha, e não com dois esses. Ela gritou: “TANTO FAZ!”
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Quando eu dava aulas de Português para estrangeiros, um aluno do nível Iniciante disse: “Dezesseis, Dezessete, Dezeoito, Dezenove”. Achei o máximo em dedução lógica e seguimos adiante.
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